Suingue & Concreto

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Chove muito em Belém. Em um café no centro da cidade, aguardo minha entrevistada enquanto olho mais uma vez o caderno de anotações e repasso mentalmente as faixas do álbum que o trânsito caótico permitiu ouvir quase na íntegra. Atrasada e pedindo desculpas, Natália Matos chega. É pequena e bonita. Olhar atento. Gravador ligado, não demoro a entender como essa garota de 26 anos, arquiteta de formação, artista por natureza, aglutinou a nata de músicos e compositores de Belém e São Paulo para a gravação de “Natália Matos” (2014, Natura Musical), um instantâneo em onze faixas das duas cidades que a definiram. Ela sabe bem o que quer.

Sob a batuta do produtor Guilherme Kastrup e participações de Zeca Baleiro, Kiko Dinucci e Felipe Cordeiro, além de composições de gente Almirzinho Gabriel, Ronaldo Silva, Dona Onete, Romulo Fróes e a própria Natália, o álbum ganhou rapidamente a atenção de jornalistas no Brasil e de sites especializados em música ao redor do planeta, como o Beehype, que elegeu o debute da cantora paraense como um dos 30 melhores lançamentos do país em 2014. Um início e tanto.

Com pelo menos três músicas bem executadas na programação da Rádio Cultura (“Coração Sangrando”, “Cio” e “Você Me Ama, Mas”) e apresentações-chave na capital, como a participação na edição 2013 da Mostra Terruá Pará, e o lançamento do álbum no Teatro Margarida Schivasappa, Natália batalha agora uma exposição maior no estado e já planeja a sequência na carreira. Nesta conversa, ela falou das influências, da paixão pela música produzida entre os anos 1920 e 1940, da repercussão do disco de estreia e da ponte entre a Cidade das Mangueiras, sua terra natal, e a Terra da Garoa, onde morou por oito anos, suas grandes referências emocionais e estéticas.

No começo da carreira, quando ainda moravas em São Paulo, fazias apresentações em rodas de chorinho. Gostas de Aracy de Almeida, Noel Rosa… Como se formaram essas preferências?

Talvez isso estivesse guardado em algum lugar da minha memória afetiva, algo que meus pais ouviam. Mas meu encontro de fato com essa música feita ali, dos anos 20 até os 40, foi a partir da ULM (Universidade Livre de Música), em São Paulo, onde fiz canto popular por dois anos. O início do curso foca os compositores do início do século passado, e foi uma oportunidade maravilhosa de conhecer um lado da história da música que eu não conhecia. Ouvi João de Barro, Geraldo Pereira, o próprio Noel, Ismael Silva, Lupicínio Rodrigues. Tínhamos que fazer algumas provas e um dos meus primeiros trabalhos foi com (cantarola) “O cinema falado é o grande culpado…” (Não tem Tradução, de Noel Rosa). Então me apaixonei pelo Noel e depois conheci a Aracy. Mais tarde fui chamada por um amigo para substituí-lo numa roda de samba em São Paulo e aí dei início à minha carreira profissional como cantora.

Isso faz quanto tempo?

Foi em 2009. Eu tive que montar um repertório de samba, algo que eu nunca tinha cantado. E acabou que montei um repertorio muito voltado pra essa música mais antiga. Depois fui conhecendo as pessoas da música ali na Vila Madalena e criando outros projetos. Montei um espetáculo em homenagem à Aracy de Almeida – que até repeti aqui em Belém –  e outras coisas pontuais: uma homenagem à Era do Rádio, coisas assim…

Foste muito jovem pra São Paulo, numa época em que normalmente estamos moldando nossas referências de vida. Lá te formaste em arquitetura. Queria que falasses um pouco sobre como essa ”paisagem mental” moldou tua visão como artista.

Lá eu vivi o fim da minha adolescência e o começo da vida adulta, então a cidade acabou sendo o meu contexto. São Paulo é viver num susto, né? Me apaixonei por aquela coisa doida, as milhões de informações, as artes todas acontecendo. E teve o fato de ter escolhido a arquitetura e ao mesmo tempo escolhido a música. Comecei a trabalhar num escritório de arquitetura e exposições logo depois da faculdade, e escolhi o design de exposições. Isso me segurou na arquitetura por mais tempo, mas ao mesmo tempo foi o que me tirou. Fiz um hiato de dois anos da música, tranquei a ULM pra terminar o curso de Arquitetura, e sentia muita falta. Mas foi uma época que eu estava me consolidando como arquiteta, tinha sido designada pra ser a responsável pela exposição sobre a Elis Regina, que montamos em São Paulo e Porto Alegre, e foi nesse momento em que decidi que, apesar da possibilidade de me consolidar como arquiteta num lugar bacana, num ambiente próximo da arte, eu queria mesmo tentar a música.

Querias ser protagonista…

Exatamente. Eu já tinha nessa época um projeto aprovado na Semear do que viria a ser o meu primeiro disco, e com ele criei coragem. O projeto foi aprovado em 2011 e eu saí do escritório em junho de 2012.

Foi nessa época que decidiste voltar pra Belém?

Eu decidi passar férias em Belém. E encontrei uma cidade efervescente. O Felipe (Cordeiro) ainda tava morando aqui; os holofotes todos voltados pra cá; tinha acabado de ser realizado o segundo Terruá (Pará, projeto de música do Governo do Estado). Essa coisa da música paraense estar acontecendo no país eu acompanhei de perto lá em São Paulo, não só indo aos shows, mas recebendo o Felipe e outros amigos na minha casa, conversando, vindo pra cá de vez em quando. Essa troca alimentou de alguma forma a vontade de seguir meu caminho, mas eu ainda não sabia muito o que eu tava fazendo. Hoje criei uma identidade, Natália Matos, a artista, mas na época não sabia ainda muito bem o que era. Sabia que eu queria seguir meu caminho.

Mesmo com as dúvidas resolveste vir tentar a carreira…

Não. Vim de férias mesmo. Minha ideia era voltar pra São Paulo, fazer meus contatos por lá, shows, como eu já fazia alguns. Tinha algumas composições, experimentava aqui e acolá com um grupo de samba que não era mais samba, era outra galera, e já cantava algumas coisas paraenses. A volta pra cá foi mais amparo emocional.  Larguei o emprego, né? E convenhamos: viver de música não é nada fácil. Passei seis meses aqui, vi de perto a cena e comecei a dialogar. Aí surgiu uma data pra mim no SESC, a oportunidade de gravar uma demo. Em Belém foi mais fácil ser “protagonista”, como disseste. Em São Paulo vivi um período de criar muitas referências. Ver o Marcelo Jeneci lançando disco, a Tulipa (Ruiz), mas eu tava na plateia. Quando vim pra cá foi a hora de olhar pra mim, pegar meu caderninho e ver no que aquilo podia dar. Foi quando voltei e assumi a ideia da música que chamei fulano de tal pra harmonizar, montei repertório e pensei:  “Vamos ver o que as pessoas acham”.

O projeto que citaste da Semear foi aprovado antes de voltares pra cá. O da Natura, que bancou o disco, seguiu o roteiro que tinhas pensado inicialmente? Como foi esse processo?

Quando vim pra cá vivi um período de adaptação. Fiz alguns shows e então surgiu o primeiro edital da Natura pro Pará. Quando aprovei, foi: ”Agora tenho que criar uma cara”. Do fim de 2011 pro fim de 2012 eu já tinha criado uma certa maturidade, já tinha música tocando na rádio, feito alguns shows em Belém, tava dialogando com os compositores que cantava.  Voltar a Belém também foi um reencontro com pessoas para quem antes eu era só uma admiradora. Agora eu era uma parceira, uma intérprete. Isso muda a perspectiva. Então fui atrás da obra mais recente do Ronaldo Silva, da Iva Rothe, da Dona Onete, do Almirzinho Gabriel…

Os compositores do álbum são, em sua maioria, paraenses, e muitos dos músicos que tocam no disco, por outro lado, são paulistas. Essa maneira de sintetizar as duas cidades na gravação do álbum foi proposital?

O disco é reflexo de um momento e da minha trajetória até ali. Minha ideia sempre foi gravar compositores daqui, mas eu sabia que não queria fazer Guitarrada. Adoro Guitarrada, amo esse resgate ao brega, o Mestre Vieira, Aldo Sena, mas não queria que o meu disco soasse igual a tudo que vinha sendo feito. E não apenas por querer ser diferente, mas por saber que minhas referencias também eram outras. Queria que tudo aquilo que tinha vivido antes e me fez largar a arquitetura para ficar com a música estivesse impresso, então comecei a cogitar pessoas que juntassem esses dois universos sonoros. Inicialmente eu pensava no Kiko (Dinucci, guitarrista e compositor paulista), que pra mim é um grande símbolo da atual música paulistana, e no Felipe. Queria juntar os dois, mas não aconteceu. O Felipe me apresentou o Guilherme Kastrupp (produtor do álbum), que abraçou a ideia e tem uma coisa que é a “sonoridade quente”. Queria que o disco soasse moderno, mais contemporâneo, mas não que isso esfriasse a nossa música.

Explica melhor esse “quente” aí…

Quente é um som com mais suingue… É difícil explicar música, né? (risos) Tem que ouvir. Eu tinha pensado em outros nomes, mas que poderiam dar essa sonoridade mais fria, então fui atrás do Guilherme. Acho que acertei em cheio, porque ele tinha contato com essas referências paulistanas que eu vinha bebendo, e também trabalhou com gente que é influência pra nossa música, como o Zeca Baleiro, Chico César. Levei pra ele minhas composições embrionárias, muitas músicas da Dona Onete, do Almirzinho, da Iva, do Ronaldo. Queria que ele viesse a Belém gravar o disco aqui, mas isso não era financeiramente viável. O Guilherme tem um estúdio em São Paulo, então seria muito mais em conta gravar lá. Acabei lidando com músicos de um outro universo se apropriando do ”meu universo”, o que é uma dificuldade e me exigiu um bocado de desprendimento.

Até porque o disco era teu mas os veteranos eram eles.

Sim. Exato.

E quanto tempo levou pra fechar o repertório, arranjar e finalmente chegar no formato final?

Uns quatro meses. Fechar repertório não, porque já fui com as minhas preferidas marcadas, e com ideias pra elas. Algumas o Guilherme de cara concordou. Foi um processo bem objetivo. Tivemos uma semana de pré-produção e uma de produção de bases. Os arranjos do disco foram feitos coletivamente, todo mundo pensando e ouvindo a música. A banda era eu; Rodrigo Campos; Rodrigo Caçapa – um pernambucano que tinha acabado de chegar em São Paulo e que toca viola -; Zé Nigro, no teclado e baixo; e o Guilherme na bateria.  A percussão foi gravada depois, com o Márcio Jardim (músico paraense), que é onde eu queria um sotaque mais daqui. Muitas das músicas foram gravadas ao vivo, de maneira bem orgânica mesmo. Aprendi muito com o Guilherme e tenho vontade de fazer outras coisas com ele. Mas agora quero viver mais esse primeiro disco,  fazer mais shows e então partir pro segundo disco.

Como conseguiste, com esse pouco tempo de carreira e sendo relativamente uma desconhecida, reunir essa turma de veteranos (Dona Onete, Zeca Baleiro, Kiko Dinucci, Felipe Cordeiro) em torno do teu trabalho?

E com uma carta de 50 mil reais da Semear! (risos) Olha, hoje vejo que fui muito audaciosa. Muita gente falou que eu tava colocando a carroça na frente dos bois, coisas do tipo, mas é que a música estava muito urgente na minha vida. Então fui dialogando com essas pessoas. A música independente tem um pouco disso: ela já tem a porta aberta, então o diálogo é muito mais fácil. Consigo chegar hoje no Guilherme, no Kiko, em quem for, pela internet.  E eu tinha a intuição de misturar aquela coisa ácida paulista com a doçura que é nossa música. Queria a junção dessas duas coisas, então fui trás do que podia me representar. Louco da minha parte eu achar que os caras iam tocar no meu disco, né?

Mas tocaram…

Tocaram. E é bonito a maneira como eles se entregaram. Hoje é difícil tocar com o Guilherme. O cara toca com o Siba, com o Otto, um monte de gente. O Zé Nigro toca comigo e depois tá com a Céu tocando “Catch a Fire” por aí (risos). Foi maravilhoso vê-los se entregando e se apropriando de uma música que não é nada simples pra eles. Musicalmente o que levei pra eles é diferente. Eles sentem isso. Foi dado um desafio pra eles e pra mim, de deixar o outro se apropriar de algo que tá aqui, é nosso. Desprendimento de ver o Guilherme tocar bateria nas músicas com acentos. Foi um desprendimento coletivo. E o mais bonito foi ver essas pessoas que antes eu só admirava se dedicarem com alma. Tu ouves o solo do Rodrigo Campos no disco: esse cara não tava ali cumprindo ordem, sabe? Tava vivendo o arranjo, o disco, o nosso momento de criação. Me surpreendi mais ainda com aquelas pessoas que junto com o Guilherme eu tinha escolhido.

Como foi a aproximação com o Zeca Baleiro e o convite pro dueto em “Coração Sangrando”?

O Guilherme foi o produtor do disco infantil dele. Gravei as bases do meu disco e voltei pra Belém porque o Guilherme precisava gravar um disco, que era o do Zeca. Depois eu voltei pra São Paulo e o Baleiro tava lá gravando as bases do álbum dele. Como era o mesmo estúdio, o Guilherme mostrou algumas coisas que tínhamos gravado. Então ele gostou e me chamou pra cantar no disco dele. Depois fiz o “Baile do Baleiro” com ele e o Felipe Cordeiro aqui em Belém, e achei que era a oportunidade de chamá-lo pra cantar no meu disco. Era a reta final de gravação e ele ficou de compor uma música pra mim. Fez um carimbó lindo, mas o Guilherme não queria colocar mais nada no disco por conta dos prazos etc. Acabou que mostrei a música da Dona Onete, ele se apaixonou, gravou e tá lá.

Quanto tempo ainda pretendes trabalhar esse disco?

Esse ano e talvez até o meio do ano que vem. Quero ir nos lugares onde ele ainda não chegou, mas merece. Eu não fiz nenhum show aberto em Belém. Quero fazer esse show porque tô me sentindo em dívida comigo. Meu projeto pra esse ano é produzir um videoclipe, fazer pelo menos dois bons shows em Belém, levar o disco pra outras cidades e quiçá alguns festivais.

O álbum foi muito bem recebido, mas fizeste poucos shows pra divulgá-lo. Por quê?

Ah, primeiro que eu demorei muito pra lançar. O disco físico foi lançado em agosto, o que foi um erro. A gente comeu bola. Quer dizer, comeu bola, não: a gente foi enrolado pela Sonopress (risos). No processo de finalização minha máster foi pra lá em fevereiro e eu tive um tempo pra negociar com selos. Foi um tempo perdido, mas ao mesmo tempo um período de decantação pro disco e pra mim mesmo. Em abril lancei o primeiro single e logo depois lancei o disco. Queria que fosse em julho, mas a agenda dos meninos não é fácil. Em agosto a gente lançou aqui e em novembro em São Paulo. Foram poucas vezes, mas bem executadas. Em Belém não tem sido fácil arrumar lugar pra tocar. Não tem uma casa que pagues pra tu tocares. E chegou uma hora que pensei: “Não vou mais pagar pra fazer show”. Já tinha feito isso por muito tempo. Por isso foram poucos shows, mas acho que os que fiz foram muito significativos. E ainda tenho muito pra fazer.

E como vês o cenário de Belém no que diz respeito ao planejamento e manutenção de uma carreira?

Hoje a gente ainda depende muito de editais porque não existe uma política cultural. Não existe oficina, curso de formação de mão-de-obra, não apenas para os músicos, mas para as pessoas que fazem parte da cadeia. E é complicado porque aí a gente vive tendo que criar alternativas. O Félix (Robatto, guitarrista) que criou uma festa (Quintarrada, realizada às quintas-feiras no Bar Templários); eu que vou tocar no Sesc mas tenho que correr atrás dos empresários. Isso é cansativo e ficamos reféns de edital, porque ele te dá certa perspectiva de trabalhar. É difícil ser produtor e artista ao mesmo tempo. Eu me vejo ainda procurando caminhos, de dialogar com quem tiver que dialogar, criar formas de mostrar o trabalho, o videoclipe que quero fazer etc.

Nesse contexto, voltar pra São Paulo é uma possibilidade?

Sim, eu até penso em voltar, mas quero que seja com planejamento. Da mesma forma que aqui é difícil, lá também é. Agora tô com uma produtora em São Paulo tentando cavar espaços por lá, e uma produtora aqui também. Viver de música é um desafio muito grande, como todas as atividades autônomas. Quem escolhe a arte sofre um bocado, mas a gente há de encontrar forças nela mesmo.

Tanto as canções que escolheste interpretar como nas tuas composições existe uma preocupação com o lirismo, é perceptível um cuidado com as palavras. Qual a tua relação com a poesia, a literatura?

Minhas mãe é uma amante de poesia, então em casa sempre tivemos muitos livros.  Gosto muito (de poesia) e comecei a ideia de ser compositora escrevendo. Às vezes isso é uma dificuldade, porque não consigo fazer um refrão pop! (risos). Às vezes tento me desprender disso, mas acho que é um bom começo ter essa influência da poesia, da literatura.

Mas teu disco não soa hermético. “Você me ama, mas”, por exemplo, é uma música com pegada bem pop.

Essa aí é pop. Entre as que mostrei, o Guilherme quis (gravar) de cara. Mas se fosse depender de mim eu não gravaria. Pelo meu crivo ela não passaria.

Por quê?

Não sei, por achar na época que não era bom (risos). Às vezes a gente tem isso com o próprio trabalho. Até vir o outro e dizer que aquilo que achas óbvio não é tão óbvio assim, associar com o Vinicius de Morais, que achava que a tristeza o fazia ser poeta e tal. Aí tu passas a dar mais valor àquilo.

Nessa conversa a gente falou muito das tuas influências de música produzida no século passado, e os compositores que escolheste pro disco também fazem parte, a maioria, de outras gerações que não a tua. Quais são as tuas referências mais contemporâneas?

A maioria das coisas que ouço são antigas mesmo. Reviver a caixa do Milton Nascimento, por exemplo, do Itamar Assumpção. Tem coisa mais contemporânea do que o Itamar? O que eu ouço são eles. Mas faço questão de acompanhar os discos novos que são produzidos pela minha geração: A Camila, a Luê. Gosto d’O  Terno, da Filarmônica de Pasárgada…

É que dá a impressão de que tuas influências mais recentes são justamente as pessoas que tocaram contigo no disco…

Essas são as pessoas, no meio de tudo aquilo que eu vivia, que mais me chamaram a atenção. Que bebem do punk e ao mesmo tempo do Adoniran e do Itamar, e trouxeram pra minha música uma leitura que exprimia muito daquele ambiente em que eu tava inserida. Por isso a escolha eles. Pro próximo disco, talvez não. Talvez eu vá pra algo mais lírico, com menos instrumentos.

Disseste que já pensas no segundo disco. O que já existe em relação a ele?

Tenho ideias, como eu tinha pra esse. Acho que o segundo disco, que dizem ser o mais difícil, vai ser mais introspectivo, mais voltado pra mim, pra música que eu sei fazer, minhas referências mais universais como intérprete. E quero mais composições minhas nele.

* Entrevista publicada inicialmente na edição número 1 da Revista UP Belém.

 

 

 

 

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